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Projeto de Ensino

O estudante que atua como enfermeiro-palhaço no Programa Enfermaria do Riso segue, obrigatoriamente, um curso prático e outro teórico, ao menos, por três semestres letivos consecutivos.

No curso prático, intitulado Jogo e Relação, inicialmente, ministram-se jogos que ajudam na formação de um grupo forte e coeso capaz de sustentar as variações das experiências que se sucederão.

Gradualmente, introduzem-se exercícios que ativam a percepção do espaço, do outro, da noção de tempo, como elementos do jogo. Adota-se o uso do objeto, da palavra e do gesto, na perspectiva de um estudo rítmico da ação.

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Inicia-se o trabalho sobre o palhaço e executam-se exercícios que possibilitam a revelação e o desenvolvimento das habilidades particulares de cada um. Propõe-se a cada um a criação de um repertório próprio de ações que apresente uma visão do mundo, construa uma lógica.

Experimentam-se objetos, adereços, roupas e maquiagem do palhaço na tentativa de afirmar uma identidade para ele. Introduz-se o trabalho sobre a formação da dupla: surgem branco e augusto, duas qualidades de atuação que se alternam segundo as exigências da situação em jogo.

Finalizando, aplicam-se exercícios que procuram trabalhar as relações do palhaço com o ambiente hospitalar: o espaço institucional, as pessoas que o frequentam. Incentivam-se os palhaços a criarem pequenas ações com objetos do universo hospitalar e a desenvolverem curtas entradas cênicas onde possam treinar suas habilidades como enfermeiro-palhaço.

O que está em jogo é a sua capacidade de afetar esse seu público particular na sua possibilidade de transgressão. Provocar no outro, por meio da experiência do humor, potência, alegria e liberdade.

 

Dependendo do seu aproveitamento e seguindo as orientações para a entrada no hospital, o estudante inicia ao final do terceiro semestre o seu estágio como enfermeiro-palhaço.

Do curso teórico, fazem parte do programa de capacitação três módulos de Seminários de Estudos Dirigidos onde se realizam leitura, discussão e reflexão de textos, cujos conteúdos se afinam com os princípios que regem a experiência do palhaço em ambiente hospitalar. Distribuídos em três grandes áreas temáticas – Criança, Saúde e Palhaço -, estes estudos apoiam o estudante na elaboração de conceitos e nominações que o ajudam na elucidação da sua própria prática.

Acompanhando os seminários, há o que se chama Supervisão Psicológica, sessões de terapia em grupo, uma a cada semestre, com profissional responsável pelo apoio psicológico aos estudantes. Trata-se de uma oportunidade de amadurecer emocionalmente algumas questões surgidas durante a experiência no hospital, tais como: o óbito de uma criança, o vínculo com outra criança que está em estado terminal, a transferência de função materna com as crianças sem acompanhante; e também ajudam a superar as dificuldades na relação com o poder hierarquizado que se organiza, por exemplo, entre os membros da equipe Saúde.

Por fim, há os Seminários de Avaliação e Produção de Relatórios dirigidos ao estudante em estágio no hospital que acontece no semestre seguinte ao término da terceira etapa de formação prática. A atuação no hospital é avaliada mensalmente pela coordenação do programa de capacitação, através de visitas de observação ao trabalho e da apreciação de relatórios produzidos pelos estudantes. O estudante frequenta ainda reuniões de apresentação nos encontros de rotina do serviço pediátrico do hospital e participa de oficinas de jogo cômico no hospital dirigidos à equipe de Saúde dos hospitais e aos estudantes de Medicina e Enfermagem Intituladas O Riso na Saúde.

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